domingo, 29 de abril de 2012

Submerso na Praia Santana

 Todos os Domingos são parecidos. É como o final de umas férias demasiado curtas. "Devia ter feito mais." penso, há medida que o tempo vai passando. Olho pela janela, enquanto imagino o que podia estar a fazer. Esta ansiedade aumentou até ao ponto em que disse para mim mesmo: "Tenho que sair de casa se não rebento...!"  e como isso não traria nada de bom, agarrei no carro e fui fazer um favor a mim próprio e fui até à Praia do Clube Santana.


 A praia até é bem bonita mas tem uma coisa que me faz bastante comichão. Parece existir uma espécie de barreira invisível que separa as pessoas que vivem na localidade das que estão alojadas no hotel Santana. Não há misturas.
 Mas eu não conduzi todo o caminho para estar a apreciar as vistas. Havia diversão à minha espera debaixo de água.


Nem tinha avançado uns cem metros quando me deparo com esta festa! Imensos peixes que ora eram arrastados ao sabor das ondas, ora desciam de repente ao fundo para depenicar as algas em conjunto.


Vale a pena perder tempo a admirar as cores dos ouriços. Ainda não percebi se é apenas ilusão mas parecem autênticos néons azuis.
Furar o cardume. Eles não se importam e eu gosto tanto que podia fazer isso o dia inteiro.

 Já no regresso encontrei este pequenote. Sempre que vejo um Bubu (nome local) tenho que ir lá a baixo chateá-lo. É pouco profissional, eu sei, mas não consigo evitar.




 Quando cheguei a casa segui todo o protocolo que precede a passagem das fotografias para o computador mas a minha menina não ligou mais... espero que amanhã esteja melhor mas não tenho muitas esperanças... seria uma pena se estas fossem as primeiras e ultimas filmagens que mostro...

sábado, 28 de abril de 2012

Novos ângulos

 Hoje foi apenas mais um dia de trabalho de campo como os outros só que como agora passo o tempo todo com a minha nova menina pendurada à cintura, acabo por fotografar momentos que de outra forma provavelmente não me teria dado ao trabalho por preguiça ou simplesmente por não ser possível com uma máquina maior e mais ameaçadora. Apesar da qualidade da imagem ser visivelmente inferior, acho que a máquina acaba por compensar essa falha com as oportunidades que cria e, dessa perspectiva, as duas até se complementam bem.

Adoro esta foto porque não foi minimamente ensaiada! O Christoph estava a fotografar a cena da próxima foto e eu julgava que os miúdos nem tinham reparado que desta vez eu tinha apontado a máquina para nós.



Jita (Boaedon lineatus) e lagartixa (já foste)
Carrinha destroçada a caminho de Água Sampaio

Aranhão à espera de identificação

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Corte de cabelo São Tomé style


 Hoje acabámos por não ir para o campo por isso o dia transformou-se num longo peddy-paper pela cidade. As tarefas eram tão variadas como encontrar um isqueiro (muito mais difícil do que parece!) ou ir pôr os recibos ao correio e no final a lista dizia que era dia de cortar o cabelo por isso assim fiz.







 O sítio escolhido foi este fantástico contentor na Avenida Água Grande. No interior já haviam duas pessoas a cortar o cabelo e umas quantas sentadas mas eles lá me arranjaram lugar nas traseiras (como se fosse muito grande!). 

 Lá dentro estava calor mas como as ventoinhas estavam ligadas nem se notava muito. Em cima das várias bancadas estava tanta tralha que era incrível eles conseguirem encontrar o que precisavam. Ainda assim, no meio daquilo tudo não consegui ver uma tesoura, só máquinas de cortar cabelo penduradas.

 - Pode ser corte com máquina? Pente quatro? - Perguntei, e o rapaz disse que sim e foi pedir ao companheiro a pecinha de plástico que lhe faltava.
  
 Passei mais tempo a tentar descobrir as diferenças entre os cortes de cabelo do poster do que a supervisionar o trabalho do rapaz mas no final até ficou bem. Aí perguntei-lhe quanto era e ele disse 50000 com um sorriso na cara. Eu disse que da ultima vez foi 30000 e ele baixou para 40000 mas eu continuei sisudo e consegui pagar só 30000 o que convertido dá pouco mais de 1€. Quando precisarem já sabem onde cortar o cabelo!

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Trabalho de campo

Está meio zarolho e tem a vareta partida mas isso
 só faz com que seja ainda mais eficaz a gerar
 sorrisos e a manter a esperança viva! 

  Hoje o dia começou bem cedinho. Havia muito que fazer tanto dentro como fora de casa mas os trovões que se ouviam ao longe não davam vontade nenhuma de sair. "Vai para a roça?" Perguntava a Guida, que sabe ainda melhor que eu o que é que aquele céu e aquele vento e aquele som queriam dizer. "Não se esqueçam de levar capa." Disse por fim, quando saímos intrepidamente pela porta em direcção a Boa Esperança.

 Ela tinha razão, choveu de facto, mas nada de especial. Não para o que já estamos habituados pelo menos. A tempestade deve ter passado ao largo da costa e felizmente que conseguimos fazer tudo o que precisávamos de fazer. Ainda assim o mítico chapéu de chuva voltou a sair à cena. Pode não parecer mas é um sapo com olhinhos e tudo. Quando toda a esperança morreu, quando ainda faltam horas de trabalho e tudo dói e só apetece é desistir e correr para casa... é nessas alturas que este chapéu brilha e trás a esperança de volta com ele.




 Por vezes é preciso saltar obstáculos para chegar a onde é preciso. Este é o rio que nos separava de Boa Esperança. Cheguei a filmar o pessoal todo a saltitar de pedra em pedra mas as internetes não me permitem postar isso dentro do meu período de vida.



























 Apesar do que parece, estamos a trabalhar... o objectivo era servir-nos de observações de aves para recolher dados relacionados com a dispersão de sementes (estou a esforçar-me por ser cientifico...) mas o que acabou por acontecer é que a rola decidiu descansar no ramo em vez de andar por aí a "dispersar" as sementes alegremente.

 No início eu e o Nity estávamos todos a postos, queríamos registar qualquer alteração, contabilizar o tempo de voo, estimar a distância em metros, tudo isso, mas com o passar do tempo acabámos nesta linda figura...























 E no final do trabalho há sempre recompensa simbólica sob a forma de enlatados com pão. Toalha de mesa e colher são da autoria do Gabriel.

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Ruínas Portuguesas

Trás os montes, ao pé de Nova Ceilão
 Por vezes caminhamos perdidos pela floresta, viramos ali na primeira à esquerda, deslizamos por uma encosta escorregadia agarrados às trepadeiras, furamos pelo mato a dentro, fazemos a curva depois da figueira e sem aviso, no meio do nada, deparamos-nos com estas coisas! A floresta de São Tomé está cheia de relíquias do "tempo dos Portugueses".














Vale do Rio Contador





 Tão magnificas como despropositadas, penso que agora servem apenas para nos relembrar que as estruturas que damos por garantidas estão na verdade sujeitas a uma série de factores naturais e que basta pararmos de as reparar que depressa são convertidas nos seus componentes mais simples e lançadas de volta à terra de onde vieram.


Caminho que parte de Dona Augusta
 Gosto de imaginar que quem projectou estas estruturas nem adivinhava que anos depois estariam a cair aos bocados, engolidas pela floresta envolvente.  



O que resta de uma fonte. Pouco depois de passar Ribeira Afonso
  De longe as relíquias que mais gosto são aquelas que estão no meio  das casas das pessoas. Apesar de as verem todos os dias, muitas vezes  nem sabem o que é que foram e isso faz-me dar asas à imaginação e pensar naqueles cenários de ficção cientifica em que seres humanos começaram a colonizar um planeta deserto mas que ainda possui fragmentos escondidos da tecnologia dos seus anteriores habitantes... mas talvez seja só eu.








Não sei ao certo onde foi tirada mas julgo
ser para os lados de Novo Destino



 No final do dia a floresta não se importa com o que nós lá pusemos e basta virarmos costas por uns instantes que ela depressa nos relembra de quem é a terra que pisamos. Eu diria que é para todos e não é de ninguém.

domingo, 22 de abril de 2012

Nova máquina fotográfica

 Com o Christoph chegou também a minha nova menina, uma Panasonic DMC-FT4 que dá para filmar e fotografar debaixo de água. Ontem conseguimos dar um saltinho à praia do Governador mas infelizmente a visibilidade estava péssima, muito provavelmente devido à chuva que arrasta os sedimentos dos rios e o vento que agita as correntes. Ainda assim tentei tirar umas quantas fotografias e deixo aqui as melhorzitas. 


 

 Ao ver o resultado em casa não pude deixar de me sentir nostálgico. Estão todas especialmente sem graça, tal e qual como foram as primeiras fotografias tiradas com a minha Canon 350D há uns seis anos atrás. Pensava que ia ser pegar na máquina e começar logo a sacar fotos subaquáticas com a mesma facilidade com que tiro as fora de água mas está visto que vou ter que começar do início, o que é óptimo!
 Relembrando tudo o que já vi através da minha máquina fotográfica, se esta pequena se portar igualmente bem, então acho que temos um longo e bom caminho pela frente.

sexta-feira, 20 de abril de 2012

- Bem-vindo Christoph!

 O despertador empurrou-me para fora da cama eram 5h15. Arrastei-me descoordenado e reconheci o bebé da Miriam no meu andar.
 Quando finalmente abri os olhos estava escuro, tinha uma tigela de Chocapic à frente e vinha uma colher na minha direcção. Apaguei-me outra vez e quando recuperei a consciência estava a conduzir pela baía Ana Chaves a uma velocidade responsável dado o meu estado. Hoje era dia de ir buscar o Christoph, o professor que vem cá ajudar com a parte de dispersão de sementes do projecto.

 O Aeroporto Internacional de São Tomé e Príncipe... um rectângulo cinzento inacabado... dantes havia alcatrão à frente mas como agora decidiram construir um toldo à frente do letreiro, transformaram tudo num enorme monte de pedras e buracos.
 Sento-me por aí, está tudo em pé com as expectativas e os nervos. Acho que era suposto estar como eles mas estou com demasiado sono para isso.

 Um ruído assusta os falcões que estavam na pista a apanhar sol. Olho para cima, para lá do Sol e vejo o avião a passar, enorme e branco, como uma nave espacial vinda de outro mundo muito diferente deste.
 A fila de brancos que já estava ali à frente espera fica nervosa e começa a empurrar-se até desaparecer  toda de uma vez.
 Quando o ruído regressa já está tudo agarrado às grades para ver a nave aterrar mas eu continuo a escrever no telemóvel usando uma parte do cérebro que certamente não controlo.

 Lá ao fundo o gang de freiras encosta-se à parede enquanto vê os vendedores atirarem-se com unhas e dentes à ultima oportunidade de vender alguma coisa aos turistas que estão de partida. Trazem cestos de vime, colares de sementes brancas, cinzentas, pretas e vermelhas e ainda bouquets de rosas de porcelana.

 Os troleys de metal são arrastados pelo meio das pedras e buracos, coisinhas tão tortas que até dão pena, as rodas todas lixadas de muitos anos de serviço. Eles bem se queixam, qualquer um consegue ouvir a barulheira, mas acho que só eu é que me importo.

 Mais pessoas vão chegando e subitamente reparo que ninguém está a fumar. Deve ser do leve-leve... mas ah! Falei cedo demais... está ali um tipo mascarado de Zezé Camarinha a fumar.
 Acho que vir buscar pessoas ao aeroporto é a melhor forma de sentir que já cá estou há bastante tempo. Os outros vão, mas eu fico. Olha! Já há pessoal a sair pela porta das Chegadas... toca de levantar, sacudir o pó e as formigas e ir guardar lugar na fila.

 ...Enquanto estou aqui em pé a apreciar o ar confuso e inseguro dos brancos relembro o dia em que eu e a Ana passámos por aquelas mesmas portas. Tantos olhos, o calor, os cheiros... olha! Aí vem ele!

 - Oi! Sim! Bem-vindo!

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Conduzindo pela noite a dentro

 Ontem foi mais uma noite de caça aos sapos, desta vez na zona de Java. Eu e a Rayna partimos sem grandes indicações - procurar e apanhar sapos a 500m de altitude - mas quando chegámos ao sítio só havia estrelas, grilos e casas com a luz apagada. Como não queríamos estar a acordar ninguém com um pedido tão ridículo como "onde é que está o rio? Temos que ir apanhar sapos..." acabámos por ter que procurar sozinhos.
 Conduzindo lentamente, com a cabeça fora da janela, avançávamos pela noite a dentro. Passei mais tempo a olhar para cima do que para a estrada... estava um céu estrelado completamente fora deste mundo e o vento fresco e húmido trazia-me um sorriso que dava que pensar: "quem me dera que fosse sempre assim, simples, receber um convite e ir para o campo à procura de sapos".
 O jipe avançava ruidosamente, pisando as pedras debaixo dos pneus, abocanhando as borboletas atraídas pela luz, curva e contracurva, assim foi dançando pela noite a dentro.
 No final não conseguimos apanhar rigorosamente nada (imagino que os sapos não se importem) mas deixo-vos esta fotografia pensada por mim e concretizada pela Rayna mais o seu frontal absurdamente potente.


segunda-feira, 16 de abril de 2012

Fauna nocturna

Boxeiro - Damon tibialis

Por estas paragens chamam-lhe boxeiro mas é um Amblipígeo, um parente das aranhas e escorpiões (Classe Arachnida). Só posso dizer que este menino era à vontade dos maiores artrópodes terrestres que já tive a sorte de ver! Sem exagero nenhum, o bixo tem umas patas que vão para os lados e que são cada uma mais comprida que uma mão.


Lagoa Amélia à noite.
Sim, não se vê nada e de facto podia ter sido tirada em qualquer outro sítio do mundo...
  

Jita - Boaedon lineatus


Boaedon lineatus


Happy Hyperolius molleri

domingo, 15 de abril de 2012

- "Shut up and take my blood!"


 Eram 3:20 quando tudo começou, um zumbido irritante tão perto da minha cara que lhe sentia a agitação no ar. Face punch! …nada… o zumbido continuou e separou-se em dois… Punch! Punch…! PUNCH!!!

 Nada… *suspiro* ok… tinha que me levantar, ir buscar o frontal e dar início à caçada!

Gotta Kill 'Em All!!!

…Mas, tal como no Pokemon, a missão parecia impossível… havia os mais fáceis de matar, os que se escondiam e só se mostravam quando estava escuro, os que precisavam de técnicas para os fazer sair debaixo da cama e de dentro do armário… não sei dizer quantos matei mas o zumbido garantia-me que não tinha sido o suficiente…

 Eram 3:50 quando as pilhas do frontal começaram a fraquejar… a escuridão começava a cercar-me e como monstros espicaçados pelo meu próprio medo, eles rastejaram para fora das reentrâncias… O zumbido conjunto de um milhão de asas aproximava-se, cada vez mais perto… Em pânico agarro na única arma que tinha!

- Não se aproximem ou eu juro que encho esta merda toda de repelente!!

Mas as minhas palavras não tiveram efeito, a sede cegava-lhes a razão, por isso continuaram a aproximar-se... Só me restava fazer uma coisa!

 Eram 4:00 quando a luz morreu e a minha esperança foi-se com ela.

- Shut up and take my blood! – Gritei, desesperado, ao senti-los por todo o lado, sedentos, mas sem poderem poisar devido à maldição que invoquei sobre mim!

sexta-feira, 13 de abril de 2012

O meu livro

 Por estas paragens sempre que é preciso ir ao Aeroporto buscar ou pôr alguém, isso envolve acordar cedo e assistir a um nascer do Sol verdadeiramente glorioso. Hoje foi um desses dias e quando regressei a casa aproveitei a minha pedrada de sono para recomeçar a avançar na escrita do meu livro (chamemos-lhe assim porque tenho receio de um dia acordar com os pés fora da cama e mudar-lhe o nome novamente).
 Apesar das coisas do projecto que podiam ter sido adiantadas ao longo do dia, abateu-se sobre mim uma inércia cinzenta e esmagadora por isso acabei por não me conseguir levantar da cadeira - era mesmo pesada - Se ao menos tivesse chovido o dia inteiro para eu ter uma desculpa para não ter saído de casa… mas paciência.

 As sementes para este livro começaram a crescer algures na Selvagem Grande, uma das ilhas a Sul da Madeira. Desde aí que tenho andado a inspirar-me pelos sítios por onde passo e pelas pessoas que se vão cruzando no meu caminho e tenho convertido o que elas me oferecem em ideias que se adeqúem à história do livro.

 Deixo aqui uma mini introdução:

Depois de fugirem de um laboratório secreto, Ira, Sol e Syn prometem nunca se separar até recuperarem as vidas de que foram roubados. Mas na Antárctida do futuro, um rei tirano conspira secretamente contra a humanidade e eles vêem-se obrigados a lutar lado a lado com um grupo de rebeldes que o confronta nas sombras.”

 Como podem ver pelo mapa onde se vai passar a maior parte da acção, as previsões são bastante pessimistas para as consequências do aquecimento global e por isso o clima assemelhar-se-á ao Alasca dos dias de hoje.

 Não quero revelar demasiado mas posso adiantar que as personagens principais têm "poderes", mas não é nada como a típica história de super-heróis norte-americanos que têm que esconder a sua identidade por trás de uma máscara. Aqui eles querem apenas encontrar o seu lugar de volta na sociedade embora o destino pareça estar sempre a pregar-lhes partidas e a atirá-los para situações de perigo onde eles se vêem forçados a tomar decisões difíceis.

 Claro que um dia adoraria ver as minhas ideias impressas num livro gordinho e de preferência gostava de o ver à venda numa papelaria qualquer, mas sinto que ainda falta muita dedicação para ele estar tão bom como eu gostava que estivesse... daqui a uns anos talvez o vejam por aí! Quem me dera!

quinta-feira, 12 de abril de 2012

À caça de sapos

Phrynobatrachus leveleve
 Fui acompanhar os norte-americanos numa curta saída nocturna na zona da Bemposta. O objectivo era "recolher" uns sapinhos de uma certa espécie para estudar uma possível hibridação.
 Vimos bastantes indivíduos da espécie P. leveleve cujo nome foi obviamente escolhido a pensar no dizer e estilo de vida Sãotomense.





Hyperolius molleri


 Mas o que eles precisavam realmente era este menino. No total apanhámos 11 bixos que foram parar aos sacos de plástico e por esta altura já devem ter tido um encontro próximo com uma dose elevada de um produto que os fará dormir...
Ovos de Hyperolius molleri
 Apesar de todos sabermos que o que estávamos a fazer ia resultar na morte de uma data de sapos, é inegável a excitação que vem associada a andar à noite à caça destes pequenotes! 



Quem tem os olhinhos mais queridos, quem é?

quarta-feira, 11 de abril de 2012

O preço do conhecimento

 A maioria das vezes que um biólogo retira amostras, fá-lo à custa do ser vivo que está a estudar. "Não tem mal" dizemos nós, "o conhecimento beneficiará a conservação da espécie..." ou ainda, "o conhecimento beneficiará o ser humano." Mas quem se lixa é certamente o bicho que ficou sem um bocado da cauda, da barbatana, sem um dedo, ou pior, sem a vida.
 Há uns meses atrás acompanhei uma pequena equipa de investigadores numa saída de campo. O seu método de recolha de amostras envolvia contratar um ou vários caçadores, providenciá-los com cartuchos de espingarda e depois segui-los de perto pela floresta enquanto esperavam que eles caçassem macacos (espécie invasora na ilha). Claro que a experiência foi tão aterradora como enriquecedora.
 Aterradora porque para alguém como eu que sente nos ossos o sofrimento animal, ver um macaquito a levar com uma chumbada nas costas, cair de uma altura de dez metros em cima das pedras mais pontiagudas que a mãe-Terra tem para oferecer - e sobreviver, só para depois levar com uma pedrada na cabeça e ainda assim tentar arrastar-se para longe dali foi algo verdadeiramente destrutivo tanto física como emocionalmente...
 Enriquecedora porque me deixou a pensar bastante na injustiça revoltante que é ser-se um bicho invasor. Sim! Ninguém faria isto a macacos endémicos de certeza, mas aqui... nem as mães com os bebés eram poupadas.
 Um aviso sincero para todos os animais ditos invasores que acompanham este blog:
 Se nasceste fora da tua terra natal oh pah... foge, mas foge para longe porque os biólogos vão arranjar maneira de te lixar a vida!
 E tanto sofrimento para quê? Vi uma familia inteira de macacos a atirar-se de um penhasco só para fugir aos caçadores... e para quê? A justificação que permitia os investigadores dormirem à noite era que tudo aquilo servia para compreender melhor o comportamento do vírus da SIDA e assim talvez, algum dia, com bastante sorte, poderia apontar na direcção de uma cura. O irónico é que eles próprios diziam que a melhor forma de combater o virus já se conhecia e era fazendo sensibilização junto das comunidades mais pobres e facultar preservativos gratuitos. Barato, simples e fácil. Mas dar coisas grátis nunca rendeu milhões a ninguém, por isso os macacos têm que sofrer.
 Estou aqui a escrever isto e sinto-me tão hipócrita como eles se devem ter sentido porque afinal de contas tenho aqui um sapinho que apanhei para os investigadores norte-americanos usarem nos seus estudos. Só espero que os americanos não exijam tanto dele como os outros exigiram dos macacos...

terça-feira, 10 de abril de 2012

Na cidade

 Motas, taxis e hiaces tão sobre-lotados como apressados e pessoas a correr à frente deles enquanto tentam atravessar a estrada cheia de poças e buracos.
 Cheiro a fumos e poluição em todas as suas vertentes mais variadas.
 As pessoas falam muito e muito alto, todas extremamente expressivas dentro e fora dos carros, onde têm que se cumprimentar com as buzinas.
 Mulheres desfilam nas ruas enroladas em tecidos coloridos, carregando na cabeça alguidares de fruta e nas costas, embrulhados em mais tecido, bebés gordinhos de pernas abertas e cabeça pendurada.
 – Psss, branco, branco! – Chamam os motoqueiros.
 – Não obrigado.
 – Branco. Branco. – Chamam as mulheres da fruta.
 A t-shirt toda colada nas costas e sarapintada com manchas de suor no peito. As mãos sentem-se, humedecidas. “Preciso de outro duche.”
 Os passeios todos rebentados e com pequenas selvas a brotar nos lugares mais incríveis. Cabras a passar ao lado do Palácio do Governador e cães totalmente esqueléticos a tentar saltar para dentro dos contentores do lixo.
 Passarinhos minúsculos azuis, vermelhos e castanhos que nos prendem o olhar e levam-nos a atenção quando levantam voo. 
 Centenas de miúdos a vir da escola todos de uniforme, brincando uns com os outros, pegando nas réguas como se fossem machins, enquanto uns poucos ficam por aí a fazer tempo enquanto puxam charocos do canal conspurcado da cidade.
 À noite, galos e cães que parecem revezar-se para poderem fazer barulho sem nunca pararem  e as formigas que entram e saem do teclado do portátil enquanto escrevo isto.


segunda-feira, 9 de abril de 2012

Ohh cacaoo!

Uma das poucas músicas que passa aos altos berros dentro das hiaces - carrinhas amarelas que avançam furiosamente pelas estradas esburacadas de São Tomé. Parte da letra é em forro, um dos dialectos locais.


"Ohh cacaoo, no molê
Oh cacaoo, no molê
Quaquedalaê, no molê
Quaquedalaê, no molê (...)"

 Tenho (quase) a certeza que está tudo mal escrito mas a mensagem é algo semelhante a: Ai caraças! Vamos morrer. Que é que aconteceu?!

 E assim me despeço com a fantástica fotografia do jipe do projecto.


 A equação fui eu que escrevi. A marca Mitsubisih pertence a outro artista qualquer.

sábado, 7 de abril de 2012

Subida até à Lagoa Amélia

 Finalmente consegui acompanhar a equipa de taxonomistas norte-americanos numa curta saída de campo. O objectivo inicial era espalhar a mensagem que eles precisam de encontrar um sapo em particular na zona de Monte Café por isso servi de tradutor e, com a ajuda do Gabriel, (local e assistente do projecto dos pombos) converti a necessidade deles em acção. Imagino que nos próximos dias as criancinhas de Nova Moka redescobrirão a maioria dos charcos e poças da zona.

O interior cavernoso de uma figueira estranguladora. Estas maravilhas basicamente germinam no topo de outra árvore e crescem até cobrirem a hospedeira na totalidade, acabando por matá-la.


Hipposideros ruber
 Partindo do Jardim Botânico no Bom Sucesso (fica para outro post) em direcção à Lagoa Amélia encontrámos os imperdíveis fanaliche (morcegos) que se passeiam entre nós e muita da passarada endémica da ilha. É bastante fácil ouvir Papafigo e ver Zéguê e Tcholó.

 À medida que o grupo ia subindo e suando, escorregando e rindo, o Brian ia revirando troncos em busca da famosa cobra bobô, uma cecília endémica de São Tomé que apesar do nome, é um anfíbio completamente inofensivo.  Mas ao fim de umas quantas tentativas, o que  acabámos por encontrar foi esta fantástica minhoca gigante! A sério, a coisa quando começou a fugir tinha à vontade o comprimento da minha mão! 

Viscoso mas gostoso
Cobra bobô - Schistometopum thomense





Ai ai, que fantástico exemplo de evolução convergente - por serem sujeitos a pressões evolutivas semelhantes, bixos com passados evolutivos distintos adquirem formas semelhantes.

Caminho em direcção à Lagoa Amélia
Begónia gigante, a maior do mundo e ainda por cima um
 endemismo São-tomense









Cratera da Lagoa Amélia vista dos bancos

  Até que finalmente chegámos até à Lagoa Amélia (uma antiga cratera vulcânica completamente coberta de vegetação). Existe um caminho até lá a baixo que podem tomar. Vá lá, se já subiram isto tudo bem que podem continuar e ver a "lagoa" mais de perto! Mas atenção, quando lá chegarem tenham cuidado com os pés porque apesar das aparências, ela ainda é funda. Não queiram acabar como a Amélia...





Cratera da lagoa Amélia


E para terminar em beleza, uma feliz Páscoa para todos!






quinta-feira, 5 de abril de 2012

Estranho regurgito de ideias


 Hoje está a ser um dia estranho (talvez por ter passado mais do que uma hora a estimar o número de frutos de um Pau cabra) e como não estou a conseguir sair desta estranheza, acho que o melhor é transportá-la para o post. É o mínimo que posso fazer. Ou seja, em vez de este ser um post bem estruturado com uma mensagem bem pensada, vai ser apenas um amontoado de sentimentos e ideias isoladas. Se mo permitem, aqui vai:

- "Vinte euros... ok, mas... e isso dá quanto em dobras?!"
A necessidade de fazer a conversão conseguiu finalmente convencer-me que já cá estou há bastante tempo.

 Andar atrás de alguém num caminho enlameado na floresta e ver que a pessoa da frente ficou com o pé preso numa trepadeira que se soltou. Mas, como disse, a trepadeira soltou-se por isso a pessoa agora anda a passear um enorme enrolado de folhas irritantes! O que fazer, o que fazer? Digo-lhe e revelo-me como uma pessoa excessivamente preocupada com pormenores? Não digo e tento pisar a trepadeira sem a outra pessoa notar? E se ela repara que estou a tentar igualar a minha passada à dela? O melhor talvez seja... ok, já saiu.

 O pau cabra tinha 113819 frutos. Juro que não estou a gozar.

 Oitenta por cento das vezes que dou boleia a estranhos acabo sem querer a falar no mau estado das estradas ou na "sempre inesperada e invulgar chuva de ontem."

 Cortei dedinhos de rolas mortas e meti-os em frasquinhos de etanol para fazer análises de DNA. Memo cena à bruxo, só não ponho aqui a fotografia que tirei (tinha que tirar) porque seria a confirmação que sou maluco.

 Quando me virem muito calado a olhar para os vossos bebés, é porque estou a olhá-los com os mesmos olhos curiosos e intrigados que uso para comportamento animal.


 Obrigado e boa noite.



quarta-feira, 4 de abril de 2012

Sol e simplicidade

 Acordei sobressaltado, a chuva batia forte nas portadas fechadas da janela e o telemóvel esqueceu-se que  me devia ter acordado há uma hora atrás. Hoje era dia de campo... telefono ao Gabriel e pela gritaria percebo que na zona dele (onde iam ser as contagens) está bem pior por causa do vento... "ok, paciência, isto tem dias assim."
 A ideia que fez nascer o post de hoje é simples. E por isso espero conseguir colocá-la simplesmente assim:

 Há um ano atrás estava eu no deserto do Sinai a fazer trabalho de campo e num dia gélido e seco como os outros o Huarib (um beduíno que me ajudava) convidou-me para almoçar com ele e a família. Isto não foi nada de mais, já tinha acontecido antes. Mas o que me marcou profundamente foi quando nos sentámos lá fora em frente à casa dele. Não havia bancos nem cadeiras, apenas pedras frias e ásperas, mas num pequeno cantinho mais acolhedor o Sol decidiu abençoar-nos com calor que, apesar das aparências, era raro e precioso naquela altura do ano. A mulher sentou-se connosco e os filhos também. Os mais pequenos brincavam com pedras e bocados de lixo enquanto o Huarib e a mulher falavam e riam abertamente enquanto o Sol nos aquecia a cara. Eu só pude fechar os olhos e sorrir humildemente perante aquela lição. Foi simplesmente isso.
 "Esta gente não tem nada." Pensei eu. "Não têm carro, a casa é um monte de pedras, dormem no chão, estamos todos a comer da mesma tijela torta com colheres tortas que mal devem ter sido lavadas porque a água é tão escassa, mas olha para eles, bastou um pouco de sol para ficarem felizes..."
 A mensagem era esta, espero que tenham conseguido sentir pelo menos parte do que eu queria transmitir e se conseguirem fazer algum tipo de comparação com as vossas vidas, tanto melhor, porque eu certamente que fiz.



 Já agora, se tiverem tempo e curiosidade vejam este blog de um casal de Portugueses que eu tive a honra de conhecer no Sinai: http://www.2numundo.com/
 Resumindo ao máximo a sua aventura épica, eles estão a viajar de bicicleta desde Portugal até Macau. É isso mesmo. Espero que a história deles possa inspirar alguns de vocês a fazer o mesmo.

terça-feira, 3 de abril de 2012

Magia oculta

Restos de um ritual na cascata Bombaim
 Se a magia existe nos olhos de quem a vê, São Tomé está cheio dela. Há uns meses atrás o Gabriel contou-me que dantes havia pelo menos um feiticeiro em cada comunidade e que quando havia mais do que um, eles costumavam desafiar-se em batalhas até à morte a fim de decidirem qual era o mais poderoso. Ele contou-me que essas batalhas eram terríveis e acabavam muitas vezes na morte de um deles. Não sei se é verdade mas o que sei é que quase já não se vêem feiticeiros. (devem ter-se matado todos!)  
 Apesar disso, a magia continua bem enraizada na cultura Sãotomense. Por exemplo, um dos tratamentos para o mau olhado envolve um banho de folhas recolhidas da floresta.
 Numa conversa que tive hoje com uma médica portuguesa fiquei a saber que existem muitos mais rituais como este ligados à gravidez. Por exemplo:
 Depois do parto, a mulher beber 5L de vinho tinto para repor o sangue que perdeu.
 Dar ao bebé uma poção feita com várias bebidas alcoólicas para o purificar.
 Lavar o bebé no tal banho de folhas. Imagino que como estes, devam haver tantos outros rituais e também acredito que em alguns deles pode muito bem haver um verdadeiro benefício medicinal; nomeadamente nos que envolvem cascas de árvore ou folhas. A fotografia é apenas uma cena que encontrámos na cascata Bombaim. Haviam velas derretidas, flores, arroz, açucar, um copo de suminho e uns bolos. Devia ser magia branca.

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Hello to you too, Bob Drewes!

 Como os verdadeiros biólogos bosses estão fora de São Tomé eu fui posto em contacto com uma equipa de investigadores da California Academy of Sciences no seu lugar. Isto levou-me numa curta viagem ao Omali, o hotel mais caro (pelo menos a comida é - 10€ por um hamburguer!? Auch!) do país e aí tive o privilégio de conhecer uns senhores verdadeiramente fantásticos (e de almoçar à borla! Yeahee!)
 Num segundo estava na recepção a puxar do telemóvel para ver se me tinha atrasado (não). No instante seguinte estava a distribuir apertos de mão e sorrisos a todos os que me olhavam na cara! Apertaíubacalhau oh simpático senhor do bar!...            Ok, talvez não tanto... mas então, o Bob e a sua equipa já cá vieram umas poucas vezes e ao que parece sempre que poisam na ilha regressam com espécies novas para a ciência! Assim do nada!
- Aquele sapo?
- Era novo.
- E então este escaravelho?!
- Novo!
- Não me vais dizer que aquele peixe....
- Tudo novo! ...Mwahaha!

 A equipa dele tinha um senhor especialista em musgos, outro em líquenes, outro em peixes, um fotografo para documentar tudo e um sexto que nem cheguei a perceber o que fazia mas todos eles extremamente vibrantes, curiosos e desejosos por explorar a ilha! ... adorei estar lá com eles porque serviu para relembrar a minha própria paixão pela natureza. Quando se passa demasiado tempo em casa até parece que nos esquecemos do porquê de estarmos tantas vezes longe de casa a fazer isto... Mas então, basicamente adorei conhecer o senhor e fiquei com a sensação que ele também gostou de me conhecer. Senti que tínhamos imenso em comum (não fosse ele ter dito que havia mais gente como nós do que eu poderia pensar... "nós" = weee! ^^). Ele e os colegas são tudo malta aventureira que embora já tenham uma certa idade (segundo ele, são velhos) são extremamente alegres, barulhentos e fáceis de fazer amizade - como todos os americanos costumam ser, aliás! Como as coisas no projecto estão meio paradas - só temos que fazer contagens de frutos para estimar a sua abundância e disponibilidade para os pombos florestais - em principio irei com eles para o mato para lhes facilitar as comunicações e também para os ajudar a encontrar o que precisam com a ajuda dos assistentes de campo do projecto.

 Já agora, ele tem um super blog (como eu gostava que este um dia fosse!) por isso se tiverem tempo checkem-no! Tem muitas fotos bonitas...


domingo, 1 de abril de 2012

Descendo a costa em direcção ao Sul

 O Sul do país é um local extremamente bonito tanto pela paisagem como pelas suas praias e como já fiz umas quantas passeatas, deixo aqui umas sugestões do que se pode ver.

Hospital da Roça de Água Izé.
Virando à direita para a Roça Água Izé e subindo todo o caminho até ao topo encontra-se este magnífico hospital que agora está ocupado por pessoas da roça. Este é o hospital novo e o antigo está mais atrás (seguindo um caminho à direita) mas sinceramente achei este bem mais bonito.

Vista de dentro de uma das salas do hospital.
 Compreendo perfeitamente que haverão aqueles a quem isto não atrai minimamente mas eu adoro este tipo de cenários onde a natureza tomou posse da obra do Homem.

Imediatamente depois de sair da Roça está a Boca do Inferno.
Boca do Inferno.
Com alguma paciência e técnica dá para tirar umas fotografias bem porreiras com a água arrastada. Cuidado é para não levar banho como eu levei! Se não quiserem fotografar, o sítio também é bem jeitoso simplesmente para tirar as sandálias e descansar um pouco com os pés dentro de uma poça que lá há.






 A estrada continua e as praias vão se seguindo. Se quiserem podem fazer uma paragem para esticar os pés na Praia das Sete Ondas que, tanto quanto sei, é o único sítio na ilha onde se podem encontrar umas "conchas" fantásticas que são na verdade o que sobra de um tipo de ouriço extremamente abolachado!


Continuando o caminho e passando São João dos Angolares, eventualmente chega-se à EMOLV onde existe um autêntico mar de palmeiras plantado à custa da floresta para produzir óleo de palma. É aí que se pode ver esta fantástica vista:
O Pico do cão grande é uma visão extremamente
potente mesmo quando o seu cume está encoberto. 

 Ele vê-se facilmente ao longe mas aconselho a esperarem para o fotografar quando passarem uma ponte pequenina sobre o rio que está na fotografia. Sem sair da estrada este será o ponto mais próximo e na minha opinião, com uma melhor composição.


Piscina natural.
 Continuando em frente vai-se passar ao lado de umas quantas comunidades amorosas (e completamente dignas de visita - serão certamente mencionadas noutro post) e também por uma ou outra surpresa como é o caso desta fantástica piscina natural que está do lado esquerdo mesmo antes de chegar à comunidade de Ponta Baleia. Diria que a forma mais fácil de a encontrar é mesmo ter a janela aberta e avançar com ouvido atento porque o rio e as cascatas que se seguem ouvem-se bastante bem! A piscina propriamente dia é fantástica e no centro é funda o suficiente para se mergulhar de cabeça

Mais em frente, junto a Malanza, pode-se fazer um passeio de canoa que é organizado por uma ONG local , a MARAPA. O custo são 10€ por pessoa pagos no fim do passeio que dura cerca de uma hora. Para organizar o melhor é visitar a loja que existe na cidade. 

O passeio é muito bonito com todas as margens revestidas com mangal, um tipo de árvore com longas raízes aéreas que por vezes até partem dos ramos mais altos e viajam todo o caminho até à água. Se o percurso for feito da parte da manhã ou ao final do dia até se podem ver macacos.


 Continuando o percurso eventualmente chega-se a Porto Alegre que será a ultima paragem caso se queira comprar comida. O único sítio onde comi foi na recepção do Praia Jalé Ecolodge, que é basicamente um quiosque com uma sala onde as pessoas da casa fazem comida sob encomenda. Ainda assim, a comida era muito boa e o abacaxi simplesmente épico...

Praia piscina
 Se chegaram até aqui é provavelmente porque têm um todo-o-terreno por isso continuar não será problema. Seguindo em frente e dando a volta a Porto Alegre chega-se a um caminho que virando à esquerda no sítio certo, levará até à fantástica praia piscina.







Mais praia piscina

Ainda mais praia piscina
 O sítio é verdadeiramente paradisíaco e muito raramente tem gente. Dentro de água também é espectacular (embora a corrente possa ser forte) com todos os rochedos que partem das profundezas, todos os vales com areia branca no fundo e toda a vida marinha que neles vive. 








Se ainda não tiveram praia que chegue, podem regressar para o caminho principal e continuar em frente até chegarem à praia jalé, mas essa fica para depois...