sábado, 11 de agosto de 2012

Contemplando Água Sampaio

 Ontem tive a sorte de me apanhar num daqueles momentos fantásticos que parecem acontecer tão frequentemente neste país. O Sol estava a pôr-se, as nuvens laranja riscavam o céu e já se viam alguns morcegos a passar ao longe. Estava sentado ali no muro, não tinha mais graçolas para dizer, e toda a gente já tinha perdido o interesse em mim. Estava simplesmente ali, um gajo feliz contemplativo e invisível. E à minha volta acontecia tudo ao mesmo tempo. Miúdos saltavam e gritavam e jogavam ao mata com uma bola mole de trapos. Nos tanques as mulheres cantavam musicas ensaiada na igreja. Cumprimento quem vai chegando do trabalho. "Então, tudo?" E eles respondem com um sorriso. "Ya." Os miúdos provocam-se, gritam, correm, sacanas nem sabem a sorte que têm. Poderem brincar na rua, à porta de casa, e todo este verde, amarelo, e o laranja do Sol também já está por todo o lado, pinta o próprio ar que respiro, vai das nuvens até às casas, desce pelos troncos das árvores, aquece a cara dos que regressam a casa.

 Ao ver a fotografia abaixo só consigo pensar:
 "Como é possível habituar-me novamente a Portugal, cinzento, impessoal, frio, se ainda não saí e já sinto tanta falta disto..."

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