terça-feira, 15 de maio de 2012

Encontra o teu caminho

 Regressámos inteiros de mais uma comunidade, desta vez de Água Sampaio. A comunidade fica longe mas vale a pena pela beleza do sítio e das pessoas que lá vivem e mais uma vez o xadrez voou para fora do saco directamente para dentro das cabeças de quem por mim passava. Ninguém escapava, até se chegou a jogar no assento de uma mota mais incauta.

Tirada através do vidro do carro. Choveu o dia inteiro.

 Da última vez que lá estivemos eu lembro-me perfeitamente de não ter dormido nada por causa de uma missa dos Adventistas do Sétimo Dia e de uma hiace que se fartou de buzinar para chamar e levar as pessoas para o mercado na cidade. Ambas as coisas aconteceram ainda de noite e bem perto das minhas orelhas. Mas desta vez dormi que nem uma rocha, um tronco, algo verdadeiramente inabalável. Não sei se foi do vinho de pacote que estivemos a beber à luz da vela ou se foi por estar todo enrolado no saco-cama estilo casulo mas não houve nada que me acordasse antes do despertador.
 A contagem de aves seguiu-se e aconteceu um par de coisas que me pareceu comporem uma boa metáfora para a vida:

   No início ainda via o Nity a apontar-me os perigos que ele encontrava pelo caminho mas à medida que eu ia vendo coisas que me prendiam o olhar fui ficando para trás para as fotografar.

Matemática elementar:
Bananeira + Nascer do Sol = Fotografia fácil. 

Quem é a jita mais linda, quem é? 
A pequena portou-se tão bem que até consegui
 mudar a objectiva e as definições todas
 com a outra mão.




























 Ele foi-se afastando e quando o primeiro cruzamento veio tive que recorrer às minhas skills para lhe encontrar o rasto.
 Caminho 1: Inclinado, super escorregadio mas parecia ter sido remexido.
 Comecei a subir mas como achei difícil de mais e ainda me restava tentar o outro caminho, desisti e voltei para trás.
 Caminho 2: Plano e relativamente fácil mas a certa altura deparei-me com uma teia de aranha enorme mesmo a meio. Se ele tivesse passado por lá, certamente que não a teria visto e tinha-a destruído.
 Regressado ao cruzamento vi que havia ainda uma terceira hipótese… ok, está na hora de soltar o meu uivo de Tarzan.
 – OI!!
.
.
.
 – … oi!! – Respondeu uma voz distante, pouco depois. Vinha de cima, do caminho mais difícil.
 – OI!? – (É mesmo por aqui?)
 – …Oi! – (Sim, podes vir.)
 E pronto, lá subi e emporcalhei-me todo mas encontrei o Nity no final.


 Pensamento: Devemos seguir sempre o nosso próprio caminho com os olhos bem abertos para as pistas que vão aparecendo. Se nos enganámos, não tem mal voltar para trás e tomar um novo caminho. Deste ponto de vista, o que é desistir? E no fim se estivermos perdidos devemos ter a coragem para mandar um grito de ajuda. Alguém por perto irá certamente ouvir, mas a resposta que virá não nos mostra o caminho, apenas pode apontar na direcção certa.





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