quinta-feira, 29 de março de 2012

A chuva que lava o espírito

Como está a chover furiosamente e o calendário diz que eu vou para Ponta Furada estimar abundância de frutos (um trabalhinho que envolve estar parado, e olhar para cima, e escrever os resultados numa folha de papel extremamente precária), aproveito para falar um pouco das tempestades por estas paragens.

 A chuva não apanha ninguém de surpresa. O céu fica cinzento... sim, mas não é aquele cinzento conhecido, ah e tal, "será que vai chover?", não não... é mais um cinzento-escuro-oh-meu-deus-isto-vai-tudo-cairmencima!
 Começa assim, subtilmente, convidando qualquer ser vivo a voltar para a toca, e depois para quem não recebeu/percebeu a mensagem porque estava demasiado atarefado com a cabeça baixa nos seus afazeres terrenos, os Céus mandam um novo sinal.
 Um vento súbito e frio que estremece todas as árvores, abana as folhas e dobra as chapas nos telhados. Está para breve. É melhor já estares dentro de casa... E se estiveres, as portadas das janelas já estão a bater, as folhas da mesa já estão todas no chão, é melhor acenderes a luz porque subitamente ficou noite, mas na verdade o mais provável é que também isso não valha a pena porque já cortaram a luz... olhas apreensivo pela janela, um trovão rasga os céus, toda a casa é encandeada, as paredes estremecem e os cães ladram!

 Recomendo vivamente "tomar" uma grande tempestade de vez em quando. Os efeitos incluem e não estão limitados a:
  1. Humildade há muito perdida.
  2. Ligação com a Natureza.
  3. Fortalecimento dos laços com os ratinhos que estão abrigados no mesmo buraco que tu.
Combinei com os assistentes de campo do projecto, Nity e Gabriel, estarem cá às 7h00 para irmos para Ponta Furada. Ainda está a chover furiosamente... eles não chegaram...vamos lá ver!

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